segunda-feira, 17 de agosto de 2015

A vida dá mesmo voltas!

Quando voltei da Noruega em julho de 2013, depois da minha primeira viagem internacional, apesar de ter em mente alguns planos com o até então , namorado Eliezer ( http://vidacampestre.blogspot.com.br/), de retornar ao país que me surpreendeu pela altíssima qualidade de vida, pela igualdade de acesso aos bens sociais a todos garantida e pela natureza estonteante,   não fazia idéia que esses meros planos se tornariam realidade.

Afinal, se teve uma coisa que percebi com o tal choque cultural é o tal " eu-planejador- realizador " que possuem os noruegueses na sua maioria. Por vezes, me peguei  descrente que planejar e concretizar planos a longo prazo seria algo possível. Geralmente, quando meus amigos perguntavam o que eu estaria fazendo dali a 2 anos a resposta normal seria:" Cara, como assim? Eu nem sei se estarei viva!" e daí eles me surpreendiam com um plano que tinham e me perguntando se poderiam ficar na minha casa caso viessem ao Brasil. E vieram, em julho de 2014, estavam 3 amigos na minha casa como tinham me adiantado quase 2 anos antes!

Enfim, fui aprendendo como ainda estou aprendendo até o hoje. O estilo "carpe diem" mais o estilo planejador podem fazer uma vida muito abundante em realizações.

Junho de 2015 - Depois de estar tentando para outros programas de doutorado na Europa, em países como Dinamarca, Suécia com bolsas pelas instituições de lá ofertadas e ter  se frustado quando tentou pelo CSF (mesmo muito a contragosto e ainda assim ter pedido o prazo por questoões de minutos), estávamos na expectativa- não expectativa dos resultados. Ele começou a tentar em Janeiro!!!E já era Junho e nenhuma resposta...sendo que as resostas deveriam ter sido dadas em...Minha intuição era que esse não seria o ano definitivamente. Que deveríamos nos mudar para um outro lugar, que ele entrasse no doutorado na Unicamp que também seria algo muito bom e nesse raciocínio nós estavamos seguindo... eu, me conformando com o fato de ter que ir prestando concursos e fazer a OAB para
garantir o mínimo de autonomia que se pode ter com um  diploma  de bacharel em Direito  na mão...

Quando, ele recebeu um email de um dos profesores que participou da seleção dele dizendo que havia " ouvido rumores de que ele havia conquistado a bolsa, mas para não nos preciptarmos porque não era certo". Whaaaaaat???? É para receber um email desses e para ficar tranquila? Eu e ele tb...estávamos tão tranquilos quanto os atores naquela cena que estão presos ao trilho do trem e na sua direção está vindo um trem a pleno vapor. Mudança de vida! Nos viamos na nova e mais surpreendente conjuntura de todas de sermos pais e agora, com a possibilidade de sermos pais num país "novo" pelo menos em parte para ele e com uma bolsa de doutorado a nos sustentar. Ok, ele nem estava tão tenso assim , afinal a grávida cheia de hormios flutuantes aqui, sou eu né... Mas, que bateu aquela alegria nele e ansiedade bateu e ainda tá batendo...rs

Enfim, todo o processo ia se desvendando aos poucos após o choque da primeira informação... já sabiamos que a Noruega é um país que respeita os direitos humanos mas quando você recebe, na caixa de entrada do seu gmail, a informação de que "sim, você passou e que apesar de sua mulher estar grávida isso não configuraria empecilho para o início dos estudos e isso poderia se dar  quando nós dois acordássemos que fosse melhor." Sim ! Nós dois! A mulher do pesquisador foi citado no email assim como o filho. Isso é uma instituição que respeita os Direitos Humanos. Vamos nos inspirando, meu povo! Porque apesar de muito reclamarmos de nossas instituições e a falta de respeito pelo o outro que há nelas, somos o futuro delas e é assim, nesses simples atos que aprendemos a nos aperfeiçoar.

E, agora, com aquela anestésica sensação  de que um tanto de mudança assim fará bem para essa família que tá se iniciando ao mesmo tempo que faz com que percebamos os pedaços de nós que ficam por aqui em nossos amigos e famílias  e amigo são como familia, vamos nós três partindo para esse desafio muito intenso. Eu, de volta à Noruega,  não mais na configuração " missionária solterona da abub " mas como mãe e mulher,  e ainda doida mas dessa vez  para perceber Eliezer e Samir nessa nova cultura e perceber essa cultura de um outro jeito. Adelante, hermanos! Contamos com a visita de vocês!

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